REGIC – Regiões de Influência das Cidades

O REGIC (Regiões de Influência das Cidades) é uma publicação do IBGE (Instituto Nacional de Geografia Estatística) que tem como objetivo estudar a hierarquia da rede urbana brasileira, com base no fluxo de informações, bens e serviços.

Edit: Sobre o REGIC 2018, lançado em 2020, acesse o link a seguir:

https://aredeurbana.com/2020/06/26/regic-2018-regioes-de-influencia-das-cidades/

 

De acordo com o IBGE (2007), a rede urbana brasileira está dividida em quatro tipos de centros, divididos de acordo com abrangência da rede urbana, população e relacionamentos (que é o número de vezes que, no questionário da pesquisa, a cidade foi citada como sendo destino dos deslocamentos interurbanos) :

1. Metrópoles: composto pelos 12 principais centros urbanos. A principal característica é a extensão territorial e de sua influência direta. É subdividida em 3 níveis:

  • Grande Metrópole Nacional: Composta apenas por São Paulo, como principal centro urbano no país;
  • Metrópole Nacional: Composta por Rio de Janeiro e Brasília que, juntamente com São Paulo, constituem o foco para os centros urbanos do país;
  • Metrópole: Composta por 10 centros urbanos (Manaus, Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Curitiba, Goiânia e Porto Alegre), com porte e projeção nacional.

2. Capitais Regionais: Composto por 70 centros urbanos, cuja área de influência é no âmbito regional. Estão divididos em três grupos:

  • Capital Regional A: Composta por 11 cidades, caracterizadas por serem capitais estaduais (exceto Campinas). A população média destas cidades é de 955 mil habitantes e 487 relacionamentos; neste grupo encontra-se a cidade de João Pessoa-PB;
  • Capital Regional B: Composta por 20 cidades, com população média de 435 mil habitantes e 406 relacionamentos; neste grupo encontra-se a cidade de Campina Grande-PB;
  • Capital Regional C: Composta por 39 cidades, com população média de 250 mil habitantes e 162 relacionamentos.

3. Centros Sub-Regionais: Composto por 139 centros urbanos, caracterizada pela presenta de atividades de gestão de baixa complexidade, e cuja relacionamentos com cidades externas à sua rede urbana se resumem às 3 principais metrópoles. A maior parte dos centros urbanos se localizam nas áreas de maior ocupação nas regiões Nordeste e Centro-Sul e nas áreas de menor ocupação nas regiões Norte e Centro-Oeste. Estão divididos em 2 grupos:

  • Centro Sub-Regional A: composto por 85 cidades, com população média de 95 mil habitantes e 112 relacionamentos; neste grupo encontram-se 4 cidades paraibanas: Cajazeiras, Guarabira, Patos e Souza;
  • Centro Sub-Regional B: composto por 79 cidades, com população média de 71 mil habitantes e 71 relacionamentos. Neste grupo encontra-se a cidade de Itaporanga-PB.

4. Centros de Zona: constituído por 556 cidades de pequeno porte, cuja rede urbana é delimitada pelas cidades limítrofes, com atividades de gestão elementares. São divididos em 2 grupos:

  • Centro de Zona A: composto por 192 cidades, com população média de 45 mil habitantes e 49 relacionamentos; neste grupo encontram-se 7 cidades paraibanas: Catolé do Rocha, Itabaiana, Mamanguape, Monteiro, Pombal e São João do Rio do Peixe;
  • Centro de Zona B: composto por 364 cidades, com população média de 23 mil habitantes e 16 relacionamentos. Neste grupo encontram-se 8 cidades paraibanas: Araruna, Desterro, Piancó, Santa Luzia, Sapé, São João do Rio do Peixe, Sumé e Uiraúna.

Além destes, há ainda os Centros Locais, que são as demais 4.473 cidades brasileiras, com população média inferior a 10 mil habitantes, cuja importância das atividades intraurbanas são limitadas ao próprio município, ou seja, são cidades que não possuem influência em outras.

As Variáveis do REGIC

Os principais aspectos considerados pelo REGIC, para análise da rede urbana, são compostos por plataformas de desenvolvimento urbano e regional. Os dados são analisados pela ordem das ligações entre as cidades, que varia entre 1 e 4. Ligações de ordem 1 são as maiores; implicam que há um maior fluxo entre duas cidades, e representa também uma maior dependência de nesse quesito de uma cidade para a cidade destino analisada. Ligações de ordem 4 são mais fracas, e estabelecem menor dependência entre as cidades analisadas.

As principais plataformas utilizadas são: Aeroportos, Compras, Cursos de Ensino Superior, Lazer e Saúde. Quanto maior o número total de ligações e o número de ligação de 1ª e 2ª ordem, maior o nível de relacionamento destas cidades, o que pode implicar também numa maior dependência da cidade origem para a cidade destino. Além disso, o REGIC também analisa os seguintes aspectos: Linhas de Ônibus (quantidade e frequência de viagens) e Circulação de Jornais (quantidade de jornais e frequência de publicação).

A publicação está disponível online gratuitamente no sítio eletrônico do IBGE, onde é possível também baixar o banco de dados e arquivos do tipo Shape para softwares SIG:

ftp://geoftp.ibge.gov.br/organizacao_do_territorio/divisao_regional/regioes_de_influencia_das_cidades/Regioes_de_influencia_das_cidades_2007/

É importante salientar que os dados do REGIC já estão defasados (são de 2007), e que, portanto, algumas dinâmicas regionais já se alteraram. Algumas cidades podem ter se tornado novos polos de atração, e isso pode ser constatado através de pesquisas em sites ou em visitas in loco. O diagnóstico da rede urbana é fundamental para a criação de políticas e estratégias de desenvolvimento urbano e regional, que priorizem a valorização e descentralização dos polos urbanos.

Referências:

BRASIL. Instituto Brasileiro de Geografia Estatística. Regiões de Influência das Cidades. Rio de Janeiro: IBGE, 2007.

Autor: Alexandre Castro

Arquiteto e Urbanista, Mestre em Engenharia Urbana e Ambiental, Doutorando em Arquitetura e Urbanismo (UFRN). Entusiasta por cidades, pessoas e mapas. Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/1135510231721299

2 comentários em “REGIC – Regiões de Influência das Cidades”

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