Morfologia Urbana: Abordagens e Elementos Constituintes, Segundo Vítor Oliveira

A morfologia urbana é o estudo da forma das cidades. No entanto, diferentes abordagens indicam vários elementos constituintes do tecido urbano ou de sua paisagem. No livro Urban Morphology: An Introduction to the Study of the Physical Form of Cities, Oliveira (2016) traz as principais abordagens de morfologia urbana, bem como os elementos constituintes do tecido urbano. O objetivo do post é apresentar um breve resumo das abordagens morfológicas e elementos do tecido urbano explorados no livro.

Segundo Oliveira (2016), as principais abordagens da morfologia urbana e algumas de suas características são:

Abordagem Histórico-Geográfica: Tem como principal obra o livro lnwick, Northumberland – A study in Town-Plan Analysis, de M.R.G. Conzen, em 1960. O autor divide a paisagem urbana em três elementos: plano de cidade (que é composto por sistema de ruas; lotes e quarteirões; e as plantas de implantação dos edifícios), o tecido edificado e os usos do solo. Além disso, desenvolve três conceitos ligados ao processo de desenvolvimento urbano: cintura periférica, região morfológica e ciclo de parcela burguesa.

Abordagem Tipológica Projetual: Tem como principais obras Studi per Una Operante Storia Urbana di Venezia, de 1959, Studi per Una operante Storia Urbana di Roma, de 1963, ambos de Saverio Muratorie Lettura di Una città: Como, de Gianfranco Caniggia, em 1963. A abordagem se baseia nos conceitos de tipo, tipologia, estrutura, tecido, série e no estabelecimento do método tipológico projetual.

Sintaxe Espacial: Tem como obras seminais os livros The Social Logic of Space, de Bill Hillier e Juliene Hanson, em 1984, Decoding Homes and Houses, de Juliene Hanson, em 1998, e Space Is the Machine, de Bill Hillier, em 2007.  A teoria parte do pressuposto da relação espaço-sociedade, onde a configuração espacial opera de forma sistêmica, e é a principal geradora de movimento e força motriz das relações e fenômenos sociais. O livro apresenta os conceitos de mapa axial, conectividade, profundidade e  integração.

Análise Espacial: Tem principais obras Cellular Geography, de Waldo Tobler, em 1979, Fractal Cities, de Michael Batty e Paul Longley, em 1994, e Cities and Complexity, de Michael Batty, em 2005. As principais características da abordagem é o uso de ferramentas computacionais e modelos matemáticos para análise, diagnóstico e simulação de sistemas urbanos. Dentre os principais moledos criados, pode-se citar os autômatos celulares, modelos baseados em agentes e fractais.

Elementos Constituintes do tecido urbano:

Sistema de Edifícios: conjunto de espaços edificados privados ou semipúblicos, que constituem todas as construções inseridas em parcelas (lotes) e/ou quarteirões.

Sistema de Parcelas: Um dos mais importantes elementos da forma urbana e do processo de urbanização das cidades, separa e delimita o domínio público do privado. Conjunto de parcelas (lotes) formam quarteirões.

Sistema de Ruas: Elemento mais estável do tecido urbano, as ruas são responsáveis por definir quarteirões e distinguir os domínios público, semipúblico e privado. São espaços livres, públicos e democráticos, permeáveis por toda a população e principal lócus das práticas sociais urbanas.

forma_urbana

 

Referências:

OLIVEIRA, V. Urban Morphology: An Introduction to the Study of the Physical Form of Cities. The Urban Book Series. Springer, 2016.

Autor: Alexandre Castro

Arquiteto e Urbanista, Mestre em Engenharia Urbana e Ambiental, Doutorando em Arquitetura e Urbanismo (UFRN). Entusiasta por cidades, pessoas e mapas. Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/1135510231721299

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